quinta-feira, 14 de abril de 2016

Genética vs estilo de vida

Sabem aquelas situações em que vemos uma família inteira com excesso de peso e pensamos que a genética é tramada?!
Sim, é verdade que a genética tem um papel importantíssimo na obesidade, mas o estilo de vida familiar não lhe fica nada atrás!!!

A Sandra Gaspar é co-autora do blog Sweet Caos. É uma mãe com excesso de peso e isso faz com que tenha uma preocupação especial com a alimentação do seu filhote, sem cair em extremos que não são nada saudáveis.



"Vou começar por dizer que o meu filho come batatas fritas, queques e adora pizza. Desculpa Sandra Almeida,  mas esta é a verdade.

O Sebastião tem 25 meses e é um miúdo super-saudável. Não tem nem nunca teve excesso de peso. Contudo, eu tenho. É impossível não me preocupar com a sua alimentação.  É importante para mim que ele tenha bons hábitos alimentares. Sei que existem muitas mães que levam ao extremo a alimentação saudável, eu não sou uma delas. Eu sou apenas uma mãe gordinha que tenta ter cuidados que sei vão beneficiar o meu filho no futuro.
Assim que fiquei grávida, optámos por mudar alguns dos hábitos que tínhamos em casa, pois sabíamos logo à partida que as crianças funcionam muito por imitação.

Os Sumos

A primeira coisa que foi abolida foram os sumos e refrigerantes.  Era habitual acompanharmos as refeições com sumos e agora acompanhamos sempre as refeições com água. Esporadicamente, normalmente ao fim-de-semana, bebemos um refrigerante. Quando o fazemos temos algum cuidado e evitamos que ele se aperceba o que estamos a beber. Isto é realmente uma coisa que acho essencial evitar. Ele bebe muita água e ocasionalmente sumo de laranja natural.

As Papas

Quando introduzimos a papa na alimentação, comecei por iniciar uma papa, que embora não seja vendida em supermercados e contenha menos nível de açúcar, era processada. Não me parecia lógica esta opção, embora muito mais prática. Tanta persistência para conhecer os sabores dos legumes na sopa e da fruta, para depois estragar tudo com uma papa cheia de açúcar. Depois de pesquisar alguma informação, optei por fazer papas caseiras só com cereal e fruta. Ele adorou. Sempre dei apenas uma única papa por dia. Assim que ele começou a mastigar mais facilmente, a papa passou para o período da manhã. Chegou uma altura em que ele a recusou e optámos simplesmente por não dar. Ele hoje não come nenhuma papa. Os pequenos-almoços e lanches variam entre fruta, iogurte, pão, panquecas e outras coisas que vamos inventando ou descobrindo.

As Bolachas e os Doces

As bolachas são um óptimo snack para o lanche ou mesmo entre as refeições. Tento ter sempre caseiras, feitas sem açúcar e usando fruta para adoçar.  Se não houver feitas ele come bolachas simples de compra, sem drama.
Mais saudáveis que as bolachas de compra e que o miúdo adora são as tostas finas e gressinos. Passaram a estar sempre na lista de compras lá de casa. São óptimos para levar para qualquer lado também. Convém é dar uma vista de olhos nos ingredientes e verificar a quantidade de sal.
Se ele adora coisas doces? Sim. Aprendemos que o melhor truque é, simplesmente, não ter uma série de coisas em casa. Se o proibimos de provar e experimentar? Não, nunca.

Os Iogurtes

Quando introduzimos o iogurte, a pediatra aconselhou-nos a optar pelo iogurte natural sem açúcar. Foi o que fizemos e nunca mais alterámos. O iogurte é uma opção óptima na alimentação que deixa de ser assim tão óptima quando olhamos para os ingredientes. Os primeiros iogurtes e os iogurtes de aromas, polpa e pedaços estão cheios de açúcar. Para um lanche mais reforçado e mais doce misturamos fruta e fica óptimo. Ele é fã dos iogurtes naturais e eu fico contente que ele recuse todos os outros com aromas artificiais.

Os Legumes

Somos fãs de legumes lá em casa. Acompanhamos todas as refeições com salada e tentamos ter sempre legumes, sejam salteados, cozidos ou misturados com carne o peixe. Também optámos por ter dias com refeições totalmente vegetarianas onde as leguminosas acabam por ser o prato principal. A sopa é essencial e faço sempre questão que ele a coma ao almoço e ao jantar. Pode não querer comer mais nada mas a sopa ‘marcha’ sempre.

Estes são alguns dos cuidados que temos com a alimentação do miúdo. Gostamos desta ideia de equilíbrio, de poder experimentar mas não darmos habitualmente. De ele ter o máximo de dias com alimentação ‘controlada’ para termos dias para comermos gelados e queques. Há muitas maneiras de fazer as coisas. Esta tem resultado connosco."

Muito obrigada Sandra por esta partilha :) 

O que pensam vocês? Acham que um estilo de vida saudável desde a infância consegue vencer a influência dos genes? 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Emagrecer: Receita

ADORO ter convidados aqui pelo blog e, a avaliar pelas estatísticas cá do sítio, parece que os meus queridos leitores também gostam dos posts de convidados :D 

Este post foi escrito por uma amiga psicóloga. Pedi-lhe que relacionasse a nutrição com a psicologia e o resultado foi uma receita para emagrecer!!! Curiosos? ;) 




"Foi com muito gosto que respondi ao desafio de escrever para o blog da Nutricionista Dr.ª Sandra Almeida! Mas sendo psicóloga de formação base com experiência em acompanhamento dietético, a minha “receita” terá outros ingredientes!...
Habitualmente em consultório surgem pedidos, todos Express, para atingir vários objetivos de bem-estar… e não, não vou, não posso “oferecer” uma receita milagrosa para perda de peso… até porque mesmo as receitas de culinária mais perfeitas precisam ser ajustadas, retificadas ao gosto e perfil de cada um, logo a que vos desse não iria funcionar sempre!
Mas realmente existem pormenores que ajudam cada um de nós a vencer os obstáculos emocionais que atrapalham as (muitas) tentativas de atingir um peso mais saudável!

Como em qualquer receita temos que fazer uma preparação dos ingredientes, para não sair a correr a meio da operação (ou pior) desistir da delícia gastronómica… vamos começar pelos ingredientes necessários, neste caso, questões…

Ingredientes:
  • Porque quero emagrecer? (moda, estética, saúde…) Muitas vezes associamos o sucesso, felicidade, beleza a ser magro, como se esse fosse O TAL fator determinante… (quando for mais magra vou me sentir mais feliz! Vou ter namorada(o)!) mas na verdade é só mais um aspeto (dos muitos) que fazem uma pessoa brilhar!

  • Quero fazer isto por mim ou pelos outros? (namorado, marido, amigas…) Somos subtilmente pressionados continuamente, diariamente a escolher, comprar coisas por influência do marketing, recomendação de amigos… mas nem sempre estamos conscientes de tal, ou quando estamos, nem sempre conseguimos ser assertivos. Antes de começar seja assertivo consigo! Se quer avance, caso contrário… diga “Não, obrigado!

  • Qual o peso que quero? Depois de definir porque quero, é igualmente importante saber o que quero! Provavelmente já vos aconteceu sair de casa porque precisavam de comprar sapatos, mas queriam aproveitar a época de saldos, pelo que não definiram um caminho… o mais certo é voltarem para casa cheio de compras desnecessárias (e sem os sapatos) ou com muita frustração e sem nenhuma compra feita! Se não sei o que procuro, não sei se já o encontrei…

  • Será o ideal bom para mim? Às vezes o perfeito é inimigo do bom… Ouvimos demasiadas vezes que o peso ideal para esta ou aquela altura é X… mas definir realisticamente o objetivo que quero, que me proponho a seguir, que se ajusta á minha vida, e não só para vestir aquele biquíni nas férias, aquela peça de roupa especial… mas para me sentir bem sempre... Ok, ok quase sempre!
Por fim, toda a dieta tem um plano de confeção…

Modo de Preparação:
Procure um profissional em quem confie para que possa partilhar TODAS as suas angústias e dificuldades (sim porque o caminho nem sempre é fácil mas é mais “gostoso” quando feito a dois…) sem medo de se sentir avaliada e criticada pelos revés do processo… e quando parece que as “forças” estão a faltar, relembre o que quer e o que a fez decidir (sim, foi uma escolha sua e de mais ninguém!) e continue… e muitos parabéns, porque acabou de descobrir a sua receita para a motivação!"


A Dra. Gilda Nóbrega é psicóloga e autora do blog Consultório Equilíbrio Emocional.

Muito obrigada por esta receita tão especial!