sexta-feira, 25 de março de 2016

Partilhar ciência!

Gosto muito dos artigos que o nutricionista Pedro Carvalho escreve para o Jornal Público!

Aqui fica o resumo do mais recente sobre gorduras, podem ler o artigo completo aqui:

- Continue a evitar as gorduras visíveis e pele da carne bem como os seus derivados (carnes processadas, enchidos e banha), mas não tenha medo das carnes vermelhas;
- Continue a preferir lacticínios magros e a evitar a manteiga e as natas, mas coloque também as margarinas e cremes vegetais neste leque de gorduras a não ter em casa;
- Prefira alimentos bons fornecedores de gordura: peixe gordo, azeite, abacate, nozes, amêndoas, amendoins (e sua manteiga).



segunda-feira, 21 de março de 2016

Vamos falar de pão?

Tanto na consulta de Nutrição como nas conversas informais sobre alimentação com familiares e amigos, as dúvidas sobre o pão são muito frequentes, pois a informação divulgada sobre este alimento nem sempre é a mais correcta. Eis algumas questões:



- O pão engorda?
Falso. Na grande maioria dos casos, o engordar ou emagrecer depende unicamente da relação entre a energia (calorias) que ingerimos e a energia que o nosso corpo consegue gastar. Desde que exista um equilíbrio neste balanço energético, o pão pode e deve fazer parte da nossa alimentação diária, não provocando aumento de peso!
Além disso, o pão é frequentemente substituído por outros alimentos (tostas, cereais de pequeno-almoço, bolachas, etc) que normalmente são alimentos mais caros, que saciam menos e que podem ter um valor calórico semelhante ou até superior ao do pão.

- Devemos preferir o pão integral em substituição do pão branco?

Verdadeiro. Sempre que possível, devemos optar pelo pão escuro (pão de centeio, mistura, integral) pois o seu elevado teor de fibra é muito vantajoso para a saúde: promove o bom funcionamento intestinal e aumenta a saciedade, diminuindo a necessidade de “andar sempre a petiscar”.

- O pão tem muito sal?

Verdadeiro. O pão português tem, em média, muito mais sal que o pão dos restantes países europeus. No entanto, já é possível encontrar em muitos locais “pão meio sal”, com uma quantidade de sal inferior. Além disso, em 2010 foi aprovada uma lei que impõe um teor máximo de sal no pão e prevê coimas para quem não cumprir esse limite.

- Só devemos comer pão simples?

O aconselhamento em relação a esta questão deve ser personalizado pois aquilo que devemos ou não devemos colocar no pão depende muito das necessidades calóricas de cada pessoa, do seu nível de actividade física e da existência de algum problema de saúde relacionado com a alimentação.
No entanto, aqui ficam alguns conselhos gerais:

- pode trocar o fiambre de porco pelo fiambre de perú ou frango;

- opte por compotas sem adição de açúcar (contêm apenas o açúcar natural da fruta);

- escolha queijos com uma menor percentagem de gordura;

- se fizer marmelada ou doces de fruta em casa, utilize muito menos açúcar do que o indicado nas receitas;

- faça sandes mais saudáveis colocando no pão alface, tomate, milho, cenoura, etc.

domingo, 20 de março de 2016

Rubrica #compararantesdecomprar 2

Hoje trago-vos os flocos de milho da marca continente:


A sua composição por cada 100g:

- 378kcal
- 1,7g de gordura
- 81,7g hidratos de carbono / 1,7g açúcares
- 3,2g fibra
- 7,4g proteína
- 2g sal

Ingredientes:
milho (96%), malte de cevada e sal

Tal como na primeira rubrica, aqui está um bom exemplo a nível de gordura e açúcares, mas com excesso de sal!
Precisamos urgentemente de olhar mais para a composição global deste tipo de alimentos em vez de nos preocuparmos só com calorias.
Em Portugal consome-se mais do dobro do sal em relação ao aconselhável e não é por estarem na "zona dietética" do supermercado que os alimentos têm menos sal.

O semáforo nutricional existente nos produtos da marca continente é excelente para facilitar a leitura do rótulo e procurar alimentos mais saudáveis. Quem costuma estar atento a estes semáforos?

segunda-feira, 14 de março de 2016

Dicas para uma Páscoa mais saudável


Este ano a Páscoa é mais cedo que o habitual, ou seja, as tentações gastronómicas do Natal ainda agora acabaram e já começaram as da Páscoa!!!
Se os adultos têm dificuldade em resistir aos excessos nestas épocas festivas, imagine as crianças… Coelhos de chocolate, ovos de chocolate, amêndoas de todos os tipos, folares… a quantidade de açúcar ingerida pela maioria das crianças nesta altura do ano não é DE TODO aconselhável.

Deixo então algumas sugestões para que a Páscoa dos mais pequenos seja mais saudável:
  • não ofereça ovos ou coelhos de chocolate grandes, escolha os mais pequenos e embalados individualmente;
  • esconda os chocolates e vá oferecendo à criança gradualmente;
  • procure chocolates com uma maior percentagem de cacau, sendo o chocolate branco a pior escolha;
  • esqueça os chocolates “sem açúcar”; o açúcar é retirado mas a quantidade de gordura é maior;
  • as amêndoas propriamente ditas são muito saudáveis, o problema é a cobertura; apresente à criança as amêndoas sem qualquer cobertura doce, com pele ou laminadas;
  • os ovos mais saudáveis de todos são… os verdadeiros!!! Coza alguns ovos (galinha, codorniz, pata), agarrem em pincéis e tintas e pintem os ovos em conjunto! Depois escondam os ovos e façam uma caça ao tesouro! Assim sempre queimam calorias em vez de só as ingerir ;)
Feliz e saudável Páscoa para todos!
Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Sweet Caos

Obesidade

quarta-feira, 9 de março de 2016

A APLV não é uma moda!

Hoje é dia de mais uma convidada especialíssima :)
A Bárbara é co-autora do blog Sweet Caos, com quem tenho o prazer de colaborar a cada dia 10, e é mãe de um lindo menino com APLV. Pedi-lhe para nos contar um pouco da sua experiência com um bebé APLV. Independentemente das opiniões sobre as recentes correntes anti-lactose e anti-glúten, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) não é uma moda!!! É bem real, bem frequente e pode prejudicar bastante a saúde do bebé.
 
Há por aí mais mamãs na mesma situação?



"Nunca tinha ouvido falar em alergia ao leite (o nome correto é alergia à proteína do leite de vaca -  APLV), nem fazia ideia da quantidade de pessoas que tem este problema.
Quando estava grávida, comecei a frequentar o curso de preparação para o parto e parentalidade do hospital em que estava a ser seguida e como foram várias semanas com as mesmas pessoas acabamos por nos tornar próximas. Depois dos bebés nascerem graças ao facebook foi fácil mantermos contacto e enquanto estivemos de licença de maternidade marcamos alguns encontros.
Foi com uma destas mães que descobri que a APLV existia, o seu bebé com um mês de diferença do meu era alérgico ao leite. Estava a ser um problema...
O leite adaptado que o pediatra sugeria tinha um sabor horrível e ainda por cima as latas eram pequeninas e caríssimas.
A mãe queria continuar a amamentar mas a alimentação dela tinha que mudar tanto que estava a ser muito difícil para ela, que na altura consumia cerca de 3 ou 4 iogurtes por dia.
Fui acompanhando a situação da Soraia e do Frederico até à fase em que a alergia foi corretamente diagnosticada e o tratamento definido.
No caso do Frederico a alergia era de classe 3+ e sem qualquer tolerância pelo que o contacto com a proteína foi cortado radicalmente até aos 3 anos.
Depois iria ser reavaliado.
Apesar da historia do Frederico me ter sido próxima achava que ele era uma criança alérgica num milhão.
Até à altura em que comecei a introduzir as papas ao meu filho.
Nessa altura descobri que afinal a APLV era cada vez mais frequente e que o meu filho sofria do mesmo problema.
Nunca tinha desconfiado, apesar das disfunções intestinais que podem ou não estar ligadas à alergia, apesar das cólicas terem durado bem mais que os normais 3 meses.
Nunca tinha desconfiado porque o meu filho sempre mamou e eu nunca me privei de leites ou lacticínios e desde o final do 1º mês que ele bebia suplemento de leite adaptado.
Quando comecei a introdução das papas, comecei pelas lácteas. Papa e água. Desde o primeiro dia que as recusou, e eu achando que era por ser um novo elemento, insistia. Ele comia mas chorava muito.
Ao final do 2º dia notei umas pequenas borbulhas à volta da boca, ao terceiro dia após a papa as borbulhas eram maiores. Porém para toda a gente eu era a mãe de primeira viagem que estava a imaginar coisas!!!
Ao 4º dia fomos para o hospital com o miúdo vermelho e inchado como se tivesse apanhado um escaldão!

Havia uma reação alérgica à papa, mas a que componente?
A primeira coisa a ser posta de lado foi o leite... ele mamava, bebia suplemento e nunca tinha feito reação.
No entanto como não quis andar a testar diferentes papas falei com o pediatra para fazermos análises ao sangue e ficarmos logo a saber o problema.
E assim foi. Uns dias depois o resultado não deixava margem para dúvidas: Alergia à Caseína classe 2!
Não é o fim do mundo e a alimentação pode-se adaptar a esta realidade.
Mas não é fácil!
Praticamente todos os alimentos processados levam leite e/ou proteína de leite.
Experimentem ler alguns rótulos.


Iogurtes, bolachas, fiambre, gelados, etc.
As pessoas diziam: "ai e tal mas o leite de vaca não faz falta nenhuma!"
Verdade! Mas agora imaginem explicar ao vosso filho numa festa de aniversário que não pode comer bolo, numa ida à praia que não pode comer um gelado, quando for almoçar na escola que a pizza e a massa de cogumelos não podem ser a ementa dele.
Já sei... não é o fim do mundo. Mas percebam que o leite e/ou a proteína está em "todo" o lado.
Depois ainda há o problema das pessoas que acham que isto são manias e toca a dar gelados, e bolos e iogurtes, porque o menino quer e isso são modas!
E lá tens o teu filho a ficar vermelho e a inchar e tu a correres com o anti-histaminico. Nem quero pensar nas mães em que as alergias são da classe 5 ou 6 que provoca um choque anafilático!!!! Que medo e que sensação de andar de bicos de pés a toda a hora.
Felizmente o meu filho tinha alguma tolerância e foi por isso que até às papas nunca tínhamos percebido a alergia.
E por isso mesmo em conjunto com o pediatra decidimos continuar a insistir na proteína, em doses controladas, para que o organismo não se desabitua-se dela e ganhasse cada vez mais habituação.
Pelo meio passamos e continuamos a passar por muitas mudanças de leites, de iogurtes, de vários alimentos com e sem leite.
Por opção própria evito os alimentos que tem leite e ainda adição de proteína de leite.

Acho que o caminho que se está a fazer trará bons resultados.
Não preciso que o meu filho beba leite, mas queria que ele pudesse comer um bacalhau com natas na casa de um amigo ou uma lasanha no primeiro jantar com a namorada.



Bárbara Barreira"

sexta-feira, 4 de março de 2016

Porquê bio? Ainda não sei com certeza, mas ando a descobrir


Hoje é um dia especial aqui no blog! Depois de 9 anos a escrever sozinha, achei que estava mais que na hora de convidar pessoas especiais para partilhar as suas histórias no meu cantinho :)

A minha primeira convidada é a Ana Matos, autora do blog Mamã Bio. O convite surgiu porque gosto muito dos textos da Ana (e da Ana também!) e porque faz todo o sentido partilhar aqui um blog onde se procura dar a melhor alimentação possível desde o nascimento. Espero que gostem ;)




Sou fã de comida, de comer, de cozinhar, inventar e saborear. Por isso o convite para escrever um texto para um blog relacionado com Nutrição, foi uma honra. Ok, não só pelo tema, mas pela “dona” do blog e pelo seu gosto em me receber, já que eu gosto muito dela e das suas opiniões.
E na área da alimentação, qual a minha mais recente descoberta e aposta? Alimentação Bio! Pois é… Não foi há muitos anos que visitei pela primeira vez um mercado de produtos biológicos, mas desde então fiquei fã e sempre que possível, tento que o que consumo seja orgânico. Fui aprendendo alguns pormenores com quem sabe, e quando o meu príncipe pequeno nasceu e se aproximou da idade da diversificação alimentar, decidi que consumiria biológico sempre que possível.
Quando um bebé nasce, há todo o misticismo de termos um ser a depender de nós, e de tentarmos dar-lhe o melhor que conseguimos. Há também o peso de termos uma nova vida a começar. É, no fundo, o auge do sentimento “começar de novo” que temos no início de cada ano. A vontade de fazer perfeito é imensa! Mas como ninguém é capaz de fazer perfeito, esforçamo-nos pelo melhor. E o melhor dado pelos pais, parece-me suficiente para o rebento ser feliz.
Mas não me desviando [muito] do tema… A alimentação do pimpolho tem passado totalmente por leite materno e produtos biológicos. E hoje em dia não é difícil encontrá-los! Tenho a sorte do miúdo não ser esquisito, e comer de tudo sempre cheio de vontade. Mas confesso que me sinto mais descansada por saber que o que ele come não está cheio de químicos cujo nome não sei pronunciar. Não me interpretem mal; eu respeito muito produtos químicos! Aliás, como médica, recomendo vários todos os dias aos meus doentes, e o meu filho também já teve que os usar quando necessário. Mas basta-me quando é medicação. Nos alimentos faz-me confusão, porque não sei o que lá está, nem em que quantidades, e muito menos que efeitos terá na saúde dele [e na nossa].
Em áreas que não domino cientificamente, custa-me “aconselhar”. Por isso não recomendo a ninguém que consuma biológico por ser melhor para a sua saúde. Não o posso fazer, pois não tenho qualquer conhecimento científico que mo permita. Mas se eu ACHO que consumir biológico é melhor para a nossa saúde? Sem dúvida que sim… Mas lá está: “acho” e “sem dúvida” escritos de seguida, valem o que valem…
O que posso dizer que têm de diferente? 
-O SABOR! Não tem nada a ver... é mesmo uma questão de experimentar e comparar. 
-A DURAÇÃO! Por estranho que pareça, fruta biológica dura semanas mantendo a sua qualidade, ao contrário dos produtos não biológicos que por vezes comprava (como estou a tentar ser objectiva e não escrever apenas com o coração, assumo que pode pura e simplesmente ser sorte com os biológicos e azar com os outros… ). 
-A VERDADE! – pronto, já me estou a esticar e a escrever palavras marcantes em CAPS LOCK quase sem sentido… mas o que queria dizer com isto é que os produtos têm um ar realmente genuíno: compro cenouras biológicas, e não têm o ar bonitinho e quase uniforme das outras. Temos a grandalhona e carnuda, a mais pequenina e com raízes a brotar, a média e tortuosa…e tudo no mesmo saco. São todas cenouras, todas saborosas e úteis para usar em alguma coisa!
Deixo-vos o desafio de experimentar por vocês e completarem esta lista de características. Vários produtos são bastante mais caros, sem qualquer dúvida, mas também os há bastante acessíveis. Procurem e rendam-se!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Dormir mal engorda?

Quem trabalha diariamente com pessoas que querem perder peso sabe bem o quanto a falta de descanso pode prejudicar os resultados alcançados!
Felizmente há cada vez mais estudos que vão demonstrando o porquê disto acontecer.

Um estudo recente publicado na revista Sleep confirma que a privação de sono aumenta o apetite, principalmente o apetite por alimentos mais calóricos!!!

Fonte: http://www.jrmendonca.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/12/sono2.jpg 

Eu, como recém-mamã, confirmo que as noites mal dormidas me dificultam bastante o controlo na alimentação :D

Podem ler mais aqui.